quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Nunca mais dirijo um VW GOL




Continuando a seqüência do “coisas que aprendi pela vida” vamos falar hoje de carro.

Pois é, uma coisa que aprendi na vida é que enquanto eu tiver condição de ter um carro, eu nunca mais vou sentar em um VW GOL, independente da geração, motorização ou graduação do mesmo.

Explico o porque.

Aliás antes de explicar, bela foto que ilustra o post hein? O meu era de duas gerações anteriores, e mesmo assim ainda era considerado uma das melhores gerações de GOL, imagine as atuais, porém ao invés de plotar assim, preferi o velho e bom "Vende-se"

Agora vamos a explicação..


Há dez anos atrás, quando eu tinha recém completos 18 anos, minha mãe comprou um Gol Dourado 1.0 16V, geração 3, um dos carros mais vendidos até hoje, e ela tinha um Fiat Tipo 16V 1.6. Pois bem, como o Tipo já estava desvalorizado, e o que minha mãe tinha ainda era o importado (1995) e tinha o mito de pegar fogo devido ao tanque de combustível não ser adaptado, fiquei com ele.

Carro bonito, 4 portas, bom motor, enfim, foi um dos carros que mais gostei, embora bebia mais gasolina que eu na época vodka, mas mesmo assim me levava para onde eu queria sem muitos problemas, só não tinha AR, que em algumas épocas fazia falta. Meu único medo com ele era algum dia eu chegar e vê-lo pegando fogo, ou pegar fogo comigo dentro, tirando isso eu adorava ele.

Um belo dia, 5 anos depois, minha mãe resolve trocar de carro, e como o Gol estava pouco rodado meu pai resolveu botar o Tipo na troca, e eu ficaria com o Gol. Na época adorei, mal sabia o que estava por vir.
Senti a diferença já pelo motor, 35% menos potente, e na época gostava de andar com o pé mais pesado logo vi que ultrapassagens seriam mais emocionantes e mais demoradas. E a cor dele um pouco original era facilmente conhecida como Gol da Record, já que na época a emissora de televisão aqui na região comprou uma frota de gol, parati dourada.

Passou um tempinho, pus umas rodas nele para ficar com menos cara de mãe, o consumo dele até que não era ruim, porém para um carro 1.0 ainda era alto. Eu sou um pouco detalhista com carro, principalmente no que se diz respeito a barulhos internos e acabamento. E ai que começou meu caso de ódio com o Gol. Quando o ganhei, com 8 mil kilometros ele já veio com milhão de barulhinho no painel, quando passava em valetas parecia que o painel ia cair.

Mas como existe aquele ditado, cavalo dado não se olha os dentes, persisti com o carro, mas fazendo planos para uma futura troca.

Os barulhinhos internos foram só aumentando, o tecido que forrava as portas começou a desintegrar, isso porque eu nem tocava naquela parte. Eu acho que na produção do Gol, por ser o painel todo de plástico eles apertam o parafuso até estourar a proteção, assim estourando eles param, porque de verdade, ele chacoalha inteiro.

Fui em uma especializada em Ribeirão Preto e ele encheu de espuminhas por dentro que melhorou bastante. Continuando a saga com o Gol Dourado, voltando uma vez de Campinas, eis que começa ver o relógio de temperatura subir, paro o carro no acostamento para dar uma olhada, e vejo que a bomba d´agua foi para o brejo, e com ela minha paciência no dia.

Guinchado até São Joaquim, onde moro, o levei ao mecânico e foi trocada a peça, um final de semana depois fui a Ribeirão, passear com os amigos e namorada, quando ele inventa que a ventoinha do radiador não deveria mais funcionar, isso as 23 hrs no shopping, e de madrugada o preço do mecânico tem um fator multiplicador por 10. Mas dessa vez não o deixei estragar minha noite e fui para o bar com os amigos.

Isso eu estou lembrando de uma semana que ocorreu dois probleminhas, mas é só o aperitivo para o que viria acontecer.

Esse mesmo Gol com 16 mil kilometros começou a falhar na subida e perder potência, além de fazer um barulho suspeito no motor, e por mim nunca antes ouvido. Levei ao mecânico, que foi praticamente o mecânico da vida toda dele, para ver, eis que vem o veredicto final, o Motor estava fundindo, pois é, fundindo, indo para o brejo, fodido, acabando, morrendo, use a expressão que você acha melhor.

Na época indaguei, porque motor de carro é feito para no mínimo 100 mil kilometros sem fundir, e o meu estava indo com 16% dessa rodagem? Porém fui informado que motor 16V da Volks daquela época estava assim, e para a minha tristeza ele me mostrou mais 4 Gols na mesma situação. Como não tinha escapatória deixei lá e vi o orçamento, lembro que na época fiquei um dia sem dormir, o valor do conserto do carro ia equivaler a 3 meses de trabalho meu, obvio que tive que pedir para dividir em suaves parcelas, além de pedir uma ajuda a meu pai.

Pois bem, depois disso, eu já tinha perdido completamente o tesão no carro, mas ainda fomos para Diamantina, 800 kilometros daqui, passar o carnaval. Fomos em 20 pessoas, 6 carros, e o meu era o patinho feio da turma, e o menos potente. Estrada simples transito caótico e estrada mineira. Não preciso nem dar mais detalhes para falar que a viagem foi uma verdadeira epopéia né? Pior era chegar no posto, quando parávamos, meus amigos já estavam lá descansados, eu chegava, era um pulinho no banheiro um golinho de água e todo mundo já queria voltar para a estrada...

Fui e voltei assim, cheguei na minha cidade certo que deveria trocar de carro, fiz uma pesquisa rápida, porém na época estava sem dinheiro e sem planos para guardar e não tenho condições de comprar um carro à vista, então o negocio era esperar, já que já havia sido alertado pelo o meu pai que ele seria o ultimo carro dado por ele.

Então decidi não fazer mais nada nele, apenas peças de reposição para manter o funcionamento do mesmo, e assim foi durante 3 anos, e nesses 3 anos foram 4 bombas de combustível, 3 bombas de água, 1 alternador, 5 troca de velas e incontáveis vezes que fui no mecânico elétrico para fazer voltar a funcionar o alarme e a trava das 4 portas.

Até no começo de 2006 decidi mudar de carro para valer, eu tava gastando mais com oficina com o Gol que se eu financiasse um zero, e o GOL tinha apenas 5 anos, então comecei a estudar possibilidades, pesquisar carros, guardar dinheiro, trabalhar mais para tentar cumprir minha meta.

Final de 2006 já tinha algumas reservas, mais o Gol que na época valia uns 17 mil reais, porém não dava ainda para comprar outro carro a não ser outro GOL, e eu estava decidido a nem chegar perto de outro GOL. Então apertei o passo em 2007 para conseguir realizar essa minha meta, e no final acabei conhecendo o Punto, que era lançamento e as taxas de financiamento era mais em conta.

Não deu outra, comecei a pesquisar para vender, as concessionárias me ofereciam 75% do preço dele de mercado, tudo bem oferecer menos, mas não tanto né? Então coloquei aqueles plotters no vidro traseiro do carro, escrito VENDE SE e o numero do meu telefone, mas o que eu queria mesmo era tempo para conseguir a diferença do que eu queria e ele valia, para o que a concessionária me oferecia, pois era o único empecilho.

No final de 2 meses dessa campanha de vende se, eis que consigo vender o Gol, não pelo preço q ele valia, mas por 90% dele, que já era uma coisa muito boa.

Depois de vendido, fui a FIAT e comprei o Punto, e hoje com quase 2 anos com o carro eu posso afirmar com toda certeza do mundo.

Enquanto eu puder andar de carro ou tiver condições de comprar um, eu NUNCA vou entrar em um GOL, nem para ver, tenho amigos que teve GOL de gerações anteriores, iguais e posteriores ao meu, e são unânimes ao falar do carro, como eu estou falando.

E por isso o relato se tem uma coisa que aprendi na vida, é não andar mais em GOL, você que tem um pode achar que estou tendo devaneios, mas tudo que escrevi aqui aconteceu, assim mesmo você pode falar que tive azar, então lhe direi que tem amigo meu que teve coisa pior que aconteceu, como o chassi começar a rachar no meio e entrar água.

VW GOL para mim, nunca mais.


1 Comentou. Comente você também.:

Anônimo disse...

Pois é... me identifiquei muito com este texto. Comprei meu primeiro carro zero km com 24 anos de idade, estava muito feliz, afinal é um GOL, aliás é um NOVO GOL. Comprei e nem fiz dívida nenhuma... aí, depois de +/- 10.000 km o motor começa a "bater", mas não estou falando de um Passat 88, e sim de um NOVO GOL zero km!!! Pois é, já faz quase 6 meses que dei entrada para pedir a troca do motor e até agora nada... muita gente ja entrou na justiça. Acho que eu devia fazer isso também, lhe dão um belo sorriso na hora que você compra o carro, depois, fingem que não te conhecem. Um péssimo pós-venda, uma marca que eu nunca mais vou querer ter um carro. Que piada VW !!!Que lixo!!