domingo, 29 de março de 2009

Mais um pouco de nossa Futura Candidata.



A ficha nos arquivos militares de Dilma Rousseff, hoje ministra das Minas e Energia: só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armamentos em unidades do Exército no Rio de Janeiro



No atual governo, há dois ex-guerrilheiros com posto de ministro de Estado.
Um é o ex-presidente do PT, José Dirceu, ministro da Casa Civil, cuja trajetória
política é bastante conhecida. Foi preso pelo regime militar, recebeu
treinamento de guerrilha em Cuba e, antes de voltar às escondidas para o Brasil,
submeteu-se a uma cirurgia plástica no rosto para despistar a polícia. O outro
integrante do primeiro escalão com passagem pela guerrilha contra a ditadura
militar é a ministra Dilma Rousseff, das Minas e Energia — mulher de fala
pausada, mãos gesticuladoras, olhar austero e passado que poucos conhecem. Até
agora, tudo o que se disse a respeito da ministra dava conta apenas de que
combatera nas fileiras da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a
VAR-Palmares, um dos principais grupos armados da década de 60. Dilma Rousseff,
no entanto, teve uma militância armada muito mais ativa e muito mais importante.
Ela, ao contrário de José Dirceu, pegou em armas, foi duramente perseguida,
presa e torturada e teve papel relevante numa das ações mais espetaculares da
guerrilha Urbana no Brasil — o célebre roubo do cofre do governador paulista
Adhemar de Barros, que rendeu 2,5 milhões de dólares.

O assalto ao cofre ocorreu na tarde de 18 de julho de 1969, no Rio de Janeiro. Até então, for a "o maior golpe da história do terrorismo mundial", segundo informa o jornalista Elio Gaspari em seu livro A Ditadura Escancarada. Naquela tarde, a bordo de três veículos, um grupo formado por onze homens e duas mulheres, todos da
VAR-Palmares, chegou à mansão do irmão de Ana Capriglioni, amante do governador, no bairro de Santa Teresa, no Rio. Quatro guerrilheiros ficaram em frente à Casa. Nove entraram, renderam OS empregados, cortaram as duas linhas telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando OS empregados e outro subiu ao quarto para chegar ao cofre. Pesava 350 quilos. Devia deslizar sobre uma prancha de
Madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo. A ação
durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão de
Araújo, que então comandava a guerrilha Urbana da VAR-Palmares em todo o país e
mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma. O casal planejou, monitorou
e coordenou o assalto ao cofre de Adhemar de Barros. Dilma, no entanto, não teve
participação física na ação. "Se tivesse tido, não teria nenhum problema em
admitir", diz a ministra, com orgulho de seu passado de combatente.

"A Dilma era tão importante que não podia ir para a linha de frente. Ela tinha
tanta informação que sua prisão colocaria em risco toda a organização. Era o
cérebro da ação", diz o ex-sargento e ex-guerrilheiro darcy Rodrigues, que
adotava o codinome "Leo" e, em outra ação espetacular, ajudou o capitão Carlos
Lamarca a roubar uma Kombi carregada de fuzis de dentro de um quartel do
Exército, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. "Quem passava as
orientações do comando nacional para a gente era ela." O ex-sargento conta que
uma das funções de Dilma era indicar o tipo de armamento que deveria ser usado
nas ações e informar onde poderia ser roubado. Só em 1969, ela organizou três
ações de roubo de armas em unidades do Exército, no Rio. Quando foi presa, em
Janeiro de 1970, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com
epítetos superlativos: "Joana D'Arc da guerrilha" e "papisa da subversão". Dilma
passou três anos encarcerada em São Paulo e foi submetida aos suplícios da
tortura.

A atual ministra era tão temida que o Exército chegou a ordenar a transferência de um guerrilheiro preso em Belo Horizonte, o estudante Ângelo Pezzuti, temendo que Dilma conseguisse montar uma ação armada de invasão da prisão e libertação do companheiro. Durante o famoso encontro da cúpula da VAR-Palmares realizado em setembro de 1969, em Teresópolis, região serrana do Rio, Dilma Rousseff polemizou duramente com Carlos Lamarca, o maior mito da esquerda guerrilheira. Lamarca queria intensificar as ações de guerrilha rural, e Dilma achava que as operações armadas deveriam ser abrandadas, priorizando a mobilização de massas nas grandes cidades. Do encontro, produziu-se um racha. Dos 37 presentes, apenas sete acompanharam Lamarca. Ficaram com boa parte das armas da VAR-Palmares e metade da fortuna do cofre de Adhemar de Barros. Os demais concordaram com a posição de Dilma Rousseff.

A divergência com Carlos Lamarca não impediu Dilma de manter uma sólida amizade com a guerrilheira Iara Iavelberg, musa da esquerda nos anos 60, com quem o capitão manteve um tórrido e tumultuado romance. Dilma chegou a hospedá-la em seu apartamento, no Rio. Juntas, iam à praia, falavam de cinema, tornaram-se confidentes. Nos três anos que passou na cadeia, seu nome chegou a aparecer em listas de guerrilheiros a ser soltos em troca da libertação de autoridades seqüestradas — mas a ação que renderia sua liberdade foi malsucedida. Aos 55 anos, recentemente separada de Carlos Franklin de Araújo, Dilma Rousseff não lembra a guerrilheira radical de trinta anos atrás, embora exiba a mesma firmeza. "Ela é uma mulher suave e determinada", diz a jornalista Judith Patarra, autora do livro Iara, que conta a trajetória de Iara Iavelberg (1944-1971). "Quando a vi na televisão, percebi que
Dilma continua a mesma. É uma mulher espetacular e será uma sargentona no
governo. Ela não é mulher de meio-tom", resume o ex-companheiro de guerrilha
darcy Rodrigues.

Já tinha falado da Dilma, nesse post porém com a eminência candidatura da Dilma, e pior a máquina pública trabalhando a favor dela descaradamente, assusta um pouco. Principalmente porque segundo o TSE é proibido qualquer campanha eleitoral com muita antecedência, como vem ocorrendo.

Por isso sempre é bom expor matérias desse tipo, sobre pessoas que podem vir a comandar nosso pais.


1 Comentou. Comente você também.:

Unknown disse...

Belo Post!
O currículo acima descreve o perfil fidedigno de uma pessoa que LUTOU CONTRA A DITADURA MILITAR no Brasi. Graças a pessoas como estas é que o Brasil se viu livre dos Atos Institucionais, do pau de arara e do calabouço.
A ditadura militar cerceou nossos direitos de escolha, de comunicação, de expressão, de ir e vir; porém se ainda estivessemos vivendo esta fase negra em que vivemos no passado, não poderiamos "blogar".

Apenas com este currículo que conta o glorioso passado de Dilma, ela seria empossada presidente merecidadmente. Mas quando chegar as eleições o que deve pesar é o currículo de Dilma PÓS-DITADURA, seus atos políticos e o seu programa de governo.
O que deve ser questionado é o que ela vai fazer... e não o que fez (por que o que ela fez durante a ditadura foi o certo!)