sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A Crise do Subprime





Outra explicação didática da crise do subprime que está afetando o mundo inteiro.

O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender
cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase
todos desempregados.

Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço
da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços
pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em
curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar
constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro
ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais
recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS
ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o
que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de
capítais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F,
cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu
Biu ).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos
sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm
dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E
toda a cadeia sifu.


==> Em tempo, a explicação de Subprime.

Nos EUA, 70% da população têm ou está em processo de aquisição da casa própria. Em virtude disso, o segmento imobiliário tem grande relevância no sistema de crédito como um todo. A enorme facilidade na obtenção de financiamento decorrente dos juros baixos levou a um intenso movimento de aquisição de casas a partir de 2002. Este aumento na demanda resultou em um franco processo de valorização dos imóveis.

Como os imóveis são entregues como garantias nos financiamentos, a sua valorização acabava gerando um excesso de cobertura. O bem entregue em garantia era suficiente não apenas para pagar o financiamento, mas havia uma sobra que permitia aos mutuários refinanciarem suas casas. Assim, as pessoas, pegavam um novo empréstimo, maior do que o anterior, quitavam a dívida e usavam a sobra de caixa para consumir. Esse tipo de facilidade foi aberta a todos os perfis de interessados, tanto para aqueles com bons históricos de pagamento como para os que apresentavam restrições cadastrais, que receberam o nome de subprime.


0 Comentou. Comente você também.: