Não precisaria repetir que estamos todos chocados com o assassinato de Glauco e seu filho e que todos queremos justiça, punição mais rapidamente possível. Dá satisfação ver as fotos do criminoso atrás das grades. Mas não consigo deixar de comentar que, apesar da raiva, sinto também pena do estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes --isso porque sabemos detalhes sobre a vida do estudante.
Carlos é vítima de si próprio, mas também vítima da falta de limites. Vemos pelos relatos familiares que ele é resultado de uma família desestrurada, não tinha adultos capazes de enfrentá-lo, deixando a vida rolar. Sabiam que ele usava droga, muita droga, mas pareciam não se importar tanto assim --afinal, tantos jovens fumam maconha.
Quiseram colocá-lo numa terapia, mas ele recusou. Mesmo quando ele dava sinais evidentes de loucura diante de familiares --falava com as plantas e dizia-se Deus--, fizeram menção de interná-lo, mas cederam.
Note-se que Carlos era um jovem de classe média e tinha, pelo menos teoricamente, recursos para se tratar.
Diante disso é difícil afirmar que ele puxou aquele gatilho sozinho.
Estava pensando exatamente isso hoje e rasurando um post para escrever aqui sobre drogas e sua influência na sociedade...
Vou continuar rasurando um texto, porém Gilberto Dimenstein falou com propriedade, e compartilho com ele a mesma idéia.
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