Em uma tela de cores intensamente primitivas, em um país que necessita de heróis é representado em partes: a cabeça do ser pintado, apesar de infinitamente pequena, apresenta um ser que pensa, mais exatamente sonha. Levemente sentado, esse ser tem mãos e pés grandes fixo ao solo.
O Sol à frente de sua pequenissima cabeça é tropicalmente intenso, e pode ao mesmo tempo ser a flor de um cacto. Assim como Abaporu de Tarsila do Amaral, a nação que precisa de heróis espera a chegada de um milavre, imóvel. A crucialidade de "salvadores" vai além. As motivações deveriam ser cruciais.
A cabeça, desenhada infimamente pequena, mostra um país incapaz de por si só gerar grandes pensamentos, anseios e revoluções. Sonha com um herói, uma resoluçao para os problemas, uma base para que se entreguem a lutas e transformações. Os povos, acomodadamente, aguardam alguém em que se apoiar e despejar esperanças e ideiais.É o que acontece com o povo brasileiro nas eleições presidenciais a espera da eleição de um salvador nacional, esperam Pelés, Ayrtons Sennas.
As mãos e pés, fixos no chão, mostram a imobilidade ou o enraizamento as crises civilizacionais.Conhecedores dos problemas sócio-culturais é mais fácil que se venhauma unica luz a quem seguir. Sadans Husseins, Lenins e Nelson Mandelas, são exemplos, cada qual em sua nação. Apesar de admirável e triste viver a espera de um ídolo. Reflete a não-personalidade, a falta de caráter.
Ademais, semelhante ao sol, que arde e ilumina Abaporu e a terroa, o herói, mesmo que iluminando a sociedade, chama para si aquilo que deveria ser feito pelo coletivo - a atenção - , levando a idolatria, do messianismo. Assim foi com Símon Bolivar e seu misticissmo insustentável, assim é com a maioria dos herois em quadrinhos: individualistas, sempre sós , paradoxalmente mostram o "do it yourself".
Então, assim como o sol pode ser a flor de um cacto, esperanças e heróis sempre florescem (Nelsons Mandelas sempre são bem vindos).Contudo, a mesma cabeça que sonha e espera, poderia motivar-se e seguir por si só. Não é atoa que Berthold Brecht disse um dia: "feliz o país que não necessita de heróis". Triste o país que necessita de motivação, primitivamente arraigado a estagnação.
sábado, 8 de novembro de 2008
A Espera da flor de cacto, compensa?*
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1 Comentou. Comente você também.:
ADOREI a sua percepção do quadro. Nesse quadro eu vejo uma pessoa cansada, a espera de alguma luz(isso percebe-se pela mão na cabeça e no joelho). Um pessoa deformada, modifica. E modificada por quê? Talvez queira dizer que o sofrimento modifica as pessoas, ou que se ficar sentado esperando a vida possa deformar o nosso pensamento, a nossa alma.
Adorei esse blog!!
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